Festa de São João em Tupi, distrito de Piracicaba

Posto aqui o motivo de meu afastamento do blog!
Como eu disse estava fazendo uma especialização em História pela Unicamp/ SEE/Redefor. Foi um curso de grande aproveitamento e especialização mesmo! Agora posto a síntese do projeto desenvolvido por mim nesses 12 meses de estudo. 


As festas juninas no Estado de São Paulo: continuidade, rupturas ou adaptações de contemporaneidade?
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM HISTÓRIA
REDEFOR
Autor(a): Zilda Palloni Somense


Palavras- Chave: Cultura popular - Identidade cultural - festas populares - folclore -  religiosidade.
Introdução

A proposta deste trabalho busca a construção de um novo olhar sobre as festas juninas feitas no Brasil da colonização portuguesa aos dias atuais, pois mesmo não sendo originárias do espaço brasileiro, ao serem incorporadas no território, receberam traços importantes da cultura indígena e africana.
  Buscaremos fazer uma releitura do tema, através de uma observação atenta à Festa de São João do distrito de Tupi, pertencente ao município de Piracicaba, São Paulo, revendo sua vivência, identidade, e significados na atualidade, na perspectiva da História Cultural.
  Relacionaremos a memória dos participantes da festa de Tupi, feita há 78 anos, a fim de analisar as possíveis transformações que ocorreram na realização da festa, pois acreditamos que estas festas constituem importante traço na cultura brasileira.
  A Festa Junina do São João de Tupi, foi construída historicamente por diversos atores sociais, apropriar-se de como se deu este processo, observando sua dinâmica e de como se deu a participação dos diversos sujeitos nesta trajetória, poderemos construir uma consciência sobre sua importância na construção da identidade brasileira, procurando mantê-las, modificá-las ou adaptá-las à contemporaneidade. 

Justificativa/Desenvolvimento

Iniciaremos nossas discussões sobre o tema Festas Juninas a partir da observação de sua importância em nosso calendário, que no mês de Junho, é realizada em todo o Brasil. Em escolas, igrejas, entidades, empresas e até em condomínios residenciais. Célia Toledo Lucena demonstra em sua obra A Festa (Re)Visitada: (Re)significações e sociabilidades (2007, p. 97)), a importância destas festas para a identidade de um povo como elemento que congrega, une e dá sentido a seu fazer histórico, momento no qual ele manifesta seus anseios e expectativas, suas tradições e devoções, um espaço onde pode extravasar suas ações do cotidiano.
  Através de entrevistas aos moradores de Tupi, que estão à frente da organização da festa atualmente, percebermos que esta passou por muitas adaptações para que tivesse continuidade nos dias atuais. Ao serem questionados da importância da festa para cada um, foi resposta unânime no sentido da festa ser propiciadora de uma identidade cultural, da continuidade das tradições dos seus antecessores e também por uma questão de fé, além de se fortalecerem enquanto comunidade.
  Atualmente as festas juninas vêm assumindo novas características devido ao crescente processo de urbanização. Transportaram-se as mesmas para os centros urbanos, mas de uma maneira superficial e sem clareza de seus elementos de origem. Em tupi, as adaptações de contemporaneidade, dadas a partir da forte influência de culturas externas à cultura local; bem como o crescente consumo de produtos industrializados durante a festa; a inserção no cardápio de novos produtos “não típicos”; novos estilos musicais; novos tipos de músicos (não apenas sertanejo); o término de práticas ancestrais como a lavagem da imagem do santo e a passagem pelo braseiro; podem colocar em risco a continuidade da festa? A absorção de novos elementos culturais causam danos à identidade cultural do povo de Tupi?

Considerações Finais

A escola que tem como função a construção de conhecimento e valorização da cultura brasileira deve revelar-lhes a origem, trajetória e adaptações que estas vêm sofrendo para manterem-se,  a fim de continuarem a ser este elemento de união, e identidade de um povo. E pelo menos dentro do espaço escolar não deve haver a continuidade de preconceitos contra a cultura caipira, sendo transformadora, educando seus alunos para que percebam o quanto são importantes suas manifestações artísticas e culturais, pois a apropriação destas nos muros escolares constrói uma consciência histórica, tornando os alunos agentes desta.  É necessário resgatá-las e se ainda assim ocorrer mudanças na maneira de comemorá-las que sejam feitas pelos participantes conscientemente e não por imposição.



Festa de São João do Distrito de Tupi



Convite para a festa de 2013: 79 anos de festa!




 Levantamento do Mastro Junino

Passagem pelo braseiro: quem tem fé não queima o pé

*Fotos do arquivo da Fundação ROMI- responsável Sr. Antonio Carlos Angolini


Referências Bibliográficas:

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