No século XIX, os países europeus haviam passado pela 2ª fase da Industrialização, e passaram a ter necessidade de mais matérias primas, além das encontradas na Europa. Necessitavam de fontes matérias primas, como a América havia se libertado de suas ex-metrópoles, voltam seus interesses para a África e Ásia. Inicia-se a chamada " Corrida Imperialista e Partilha da África", inclusive realizam uma conferência, a de Berlim em 1884 para garantir uma divisão dentro dos princípios monopolistas. Retalham o continente com suas fronteiras. E me pergunto: alguma relação com o hoje? Com os conflitos atuais africanos? Sim, muitos dos conflitos que já existiam antes da colonização européia do século XIX na África, se tornaram mais agudos, já que povos diversos em sua cultura, foram colocados numa mesma fronteira, só que comandada pelos europeus. Resultado: alianças européia com alguns povos africanos e tensão com outros. Alianças de um outro povo contra outros, seu irmão. O que fizeram com a África, em nome da missão civilizatória branca do século XIX. Levar o desenvolvimento para outras partes do mundo, isto foi a afirmação dos europeus ao instalarem seus interesses na África e Ásia, porém, o que se pretendia era obter matérias primas e mão de obra barata às nascentes necessidades da indústria contemporânea, baseada no uso de energia petrolífera, motor elétrico e uso do carvão para fomentar as metalurgias do ferro e aço! Assim, os recursos naturais do "celeiros naturais da Terra: África e Ásia" são explorados e entram no processo de globalização de forma subserviente. Por que excluímos a cultura africana da globalização, quando sabemos que o início da vida humana deu-se neste continente? Há muito tempo o continente africano é alvo de ideologias que denigrem a sua imagem mundial, como uma área do planeta onde há o predomínio da fome, as guerras, as epidemias, os extermínios em massa, etc. Em suma, é o lugar mundial da pobreza e da morte. Muitos acreditam e afirmam que a causa dessas calamidades são apresentadas como sendo próprias aos povos africanos, isto é, por estarem ainda no estágio tribal de desenvolvimento, não compreendem civilizações. Neste aspecto, se torna um processo de auto-extinção dos próprios africanos. Todos os conflitos neste continente são mostrados como conflitos de caráter étnico ou tratados como meras guerras tribais.
Na verdade, estas visões acobertam as verdadeiras razões que causaram estas situações, bem como a não valorização da realidade histórica da África. Cabe a nós, futuras gerações estudar mais os porquês dos fatos do que meras datas.
Posto uma revolta característica deste século imperialista como anexo das idéias acima:
Bem mais do que alcançar seus interesses particulares, os ingleses também impuseram uma série de transformações que iam contra as tradições e costumes do povo indiano. No plano econômico, a redução das tarifas alfandegárias prejudicou fortemente os comerciantes de tecidos, que logo não suportaram a concorrência imposta pela tecelagem inglesa.
Para garantir seus interesses, a Companhia das Índias Orientais realizava o recrutamento de soldados indianos, chamados de cipaios. Por volta da segunda metade do século XIX, esse exército nativo contava com mais de 200.000 integrantes e se mostrava bem mais numeroso que os oficiais britânicos presentes na Índia. Anos mais tarde, esse grande contingente militar se voltou contra os próprios ingleses.
Em um primeiro instante, os cipaios se mostraram descontentes com a obrigatoriedade dos impostos e com o fato de pessoas de castas diferentes comporem o exército. Logo depois, o estopim para a revolta aconteceu quando os britânicos utilizaram gordura animal na impermeabilização dos cartuchos de fuzil. O contato com tal produto era considerado um sacrilégio pelos indianos, pois estes veneravam o gado e não aceitavam o consumo ou contato com a carne.
No ano de 1857, as rusgas entre os britânicos e os cipaios deram origem a uma série de motins marcados pelo extermínio indiscriminado dos europeus. Representantes do governo britânico, autoridades militares e cristãos foram os principais alvos dos indianos participantes da revolta. Dois meses depois, com o apoio de príncipes locais, os britânicos organizaram uma violenta perseguição contra os cipaios.
Após retomar a cidade de Delhi e render todos os revoltosos, os britânicos decidiram extinguir a Companhia Britânica das Índias Orientais. A partir de então, a Inglaterra assumiu diretamente o governo indiano por meio de um secretário de Estado. No ano de 1877, a tomada do território indiano foi sagrada com a nomeação da Rainha Vitória à condição de imperatriz da Índia.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
Posto uma revolta característica deste século imperialista como anexo das idéias acima:
Os cipaios se voltaram contra as exigências impostas pelas autoridades britânicas na Índia.
No século XIX, os ingleses promoveram um sistemático processo de conquista do território indiano. A ação britânica integrava as várias medidas que buscavam a ampliação de sua economia em diversas regiões africanas e asiáticas. Entre 1784 e 1858, a Companhia das Índias Orientais britânica capitaneou a conquista econômica e política de diferentes regiões do território indiano.
Bem mais do que alcançar seus interesses particulares, os ingleses também impuseram uma série de transformações que iam contra as tradições e costumes do povo indiano. No plano econômico, a redução das tarifas alfandegárias prejudicou fortemente os comerciantes de tecidos, que logo não suportaram a concorrência imposta pela tecelagem inglesa.
Para garantir seus interesses, a Companhia das Índias Orientais realizava o recrutamento de soldados indianos, chamados de cipaios. Por volta da segunda metade do século XIX, esse exército nativo contava com mais de 200.000 integrantes e se mostrava bem mais numeroso que os oficiais britânicos presentes na Índia. Anos mais tarde, esse grande contingente militar se voltou contra os próprios ingleses.
Em um primeiro instante, os cipaios se mostraram descontentes com a obrigatoriedade dos impostos e com o fato de pessoas de castas diferentes comporem o exército. Logo depois, o estopim para a revolta aconteceu quando os britânicos utilizaram gordura animal na impermeabilização dos cartuchos de fuzil. O contato com tal produto era considerado um sacrilégio pelos indianos, pois estes veneravam o gado e não aceitavam o consumo ou contato com a carne.
No ano de 1857, as rusgas entre os britânicos e os cipaios deram origem a uma série de motins marcados pelo extermínio indiscriminado dos europeus. Representantes do governo britânico, autoridades militares e cristãos foram os principais alvos dos indianos participantes da revolta. Dois meses depois, com o apoio de príncipes locais, os britânicos organizaram uma violenta perseguição contra os cipaios.
Após retomar a cidade de Delhi e render todos os revoltosos, os britânicos decidiram extinguir a Companhia Britânica das Índias Orientais. A partir de então, a Inglaterra assumiu diretamente o governo indiano por meio de um secretário de Estado. No ano de 1877, a tomada do território indiano foi sagrada com a nomeação da Rainha Vitória à condição de imperatriz da Índia.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
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