Não observamos com relevância às coisas benéficas que acontecem
em nosso Brasil, isso não dá audiência, apenas as notícias negativas que fazem
o ibope da emissora bater recorde. As emissoras de TV estão nessa corrida pela
audiência, e nos jornais - que possuem o papel social de levar a informação e
conscientização do que acontece na sociedade - essa influência é menos
prejudicial, mas ainda é preciso melhorar o padrão de cobertura da notícia, pois também
acaba entrando nessa concorrência jornalística e, às vezes, esquece-se de seu
real objetivo que é informar, formar opiniões e conscientizar os leitores dos
mais variados problemas sociais. Destaca-se com eloquência um assassinato repugnante ao invés de um projeto escolar que deu certo, ou uma ação social beneficente ou
histórias de brasileiros que lutam por sua cidade, sua praça, seu bairro
melhor. Isto não trás audiência, porque já dizia o famoso historiador Guy
Debord no seu livro A Sociedade do Espetáculo, publicado em 1967, Paris: “A
raiz do espetáculo está no terreno da economia tornada abundante, e é de lá que
vêm os frutos que tendem finalmente a dominar o mercado espetacular”, e assim a
Mídia está envolta, como em uma teia de uma viúva negra prestes a dar a
sentença final à sua vítima. Guy afirma ainda: “O espetáculo, compreendido na
sua totalidade, é simultaneamente o resultado e o projeto do modo de produção
existente. Ele não é um complemento ao mundo real, um adereço decorativo. É o
coração da irrealidade da sociedade real. Sob todas as suas formas particulares
de informação ou propaganda, publicidade ou consumo direto do entretenimento, o
espetáculo constitui o modelo presente da vida socialmente dominante. Ele é a
afirmação onipresente da escolha já feita na produção, e no seu corolário — o
consumo. A forma e o conteúdo do espetáculo são a justificação total das
condições e dos fins do sistema existente. O espetáculo é também a presença
permanente desta justificação, enquanto ocupação principal do tempo vivido fora
da produção moderna.” Fica claro então, que tudo o que vivenciamos passa pelo
amplificador do capitalismo, e deve se tornar consumido. Dessa forma, o nascer, o
crescer, o amadurecer e o morrer torna-se um espetáculo que deve ser consumido
pela sociedade para gerar acumulação nas mãos de quem detém os meios econômicos
e culturais. Portanto, estamos aqui a constatar que não é possível a
Mídia sair dessa teia, por isso vamos continuar assistindo o grande espetáculo
da vida humana, suas tragédias e vicissitudes sob a ótica do capital e
consumismo. Finalizamos com a seguinte frase de Guy: “No mundo realmente
invertido, o verdadeiro é um momento do falso”. Hoje, invertemos valores que
sempre foram condição: como exemplo, ame ao próximo como a ti mesmo, trocando-o
pela máxima: “cada um por si, Deus por todos”. Este é o mundo invertido que
estamos vivendo, o mundo do fugaz, do fútil, do espetáculo, das informações
efêmeras, sem refletividade, esta é a forma de apresentação da vida humana.
Devíamos aprender com os tibetanos em seu ditado popular: “Dinheiro perdido, nada
perdido; Saúde perdida, muito perdido; Caráter perdido, tudo perdido”.
Refletindo sobre cultura, história e poesias autorais!
About Me
- Zilda Palloni Somense
- Rio Claro , SAO PAULO, Brazil
- Professora de História aposentada da Rede Estadual de Ensino de Piracicaba, na escola E E Pedro de Mello, São Paulo. Preocupada com nossa construção histórica e à busca de uma conscientização do leitor para assuntos que influenciam nossa vida.
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Anônimo | 3 de julho de 2011 às 08:28
excelente!
Anônimo | 4 de junho de 2013 às 16:59
FOI BEM COLOCADA Á SITUAÇÃO DA MIDIA É VERDADE,SÃO MATERIAS QUE TÊM NOS PROGRAMAS DE JORNALISMO POLICIAL,COM CERTEZA É NECESSÁRIO IBOPE!VEJO TAMBÉM PROGRAMAS TELEVISIVOS QUE NÓS AJUDAM,COM INFORMAÇÕES,DIVERSÕES,JOGOS,COMÉDIANOVELAS,VARIOS PROGRAMAS,CADA UM ASSISTE E ESCOLHE O QUE LHE CONVÉM!