Azul da cor do mar

Azul da cor do mar


Por mares nunca dantes navegados 

lá está minha utopia

É  sonho sonhado,

malfadado,

sem maresia,

apenas triste melodia.


No azul de seus olhos

sei que há desencontros

volúpia e lascivia.


Meu barco está ancorado numa ilha perdida

e lá estou a esperar seus beijos secretos.

Sussuros rasgados ao vento.

Densos e tensos,

como deve ser a dor do amor. 


As nuvens sugam meu pranto 

tornando cálida a manhã

tênue e fugaz como deve ser 

os amores platonicos 

que se esvaem num outono.


Zizi Palloni Somense, junho/21

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 Pesquisa sobre o Ensino Universitário!

* 46 total de pesquisados
Faixa etária: 21 a 60 anos
Portanto, a pesquisa perpassa um período extenso que vai dos anos 60 aos 90.
* Desses, 45 pesquisados os avós NÃO cursaram Universidade.

* Apenas 1 Cursou universidade (depois de casado)
Eu sei que a análise é conhecida, pois muitos autores discorreram sobre o assunto! Mas este é meu parecer histórico sobre o significado para o fato de NÃO cursarem universidade!

Ter a chance de prosperar através da educação

Esse é o pensamento social no Brasil que perpassa em todas as gerações. Era o ideal no Brasil colônia, imperial e republicano. Ter acesso à educação podia fazer a diferença no sucesso ou não da pessoa. Ou seja, nossa sociedade sempre foi hierarquizada a partir do acesso à educação. Lembrando que o marco inicial da educação no Brasil, o período colonial a educação era bem diferenciada, isso à pedido das elites:  conhecimento aprofundado para seus filhos e menos aprofundado para os indígenas. Isto já criou um distanciamento educacional que perdurou até meados de 30. Sabemos também que as mulheres estavam fora das escolas, sejam de elite ou não, sua educação era para a vida doméstica ou religiosa. De maneira geral os jesuítas neste período aplicavam o programa Ratio Studiorum, um sistema de aprendizagem baseado no ensino da gramática média, da gramática superior, das humanidades, da retórica, da filosofia e da teologia. Mas como era diferenciado entre elite e povo, a hierarquização social foi o marco desta sociedade. No século XVIII, as ideias iluministas desembarcam em nossas terras tupiniquins e o que assistimos foi uma reforma na educação, para torná-la mais prática e menos religiosa. Pombal era o grande arquiteto destas mudanças. Como resultado de suas mudanças no ensino, os índios perderam acesso à educação, mas de outro lado houve um passo para um ensino público no Brasil. O que na verdade não ocorreu. Com a chegada da corte portuguesa ao Brasil, houve algumas mudanças importantes, a principal delas de acordo com a historiadora Maria de Lourdes de Fávaro, esses locais tiveram duas características marcantes: o ensino profissionalizante e a preparação para o trabalho no serviço público. Criou-se também escolas superiores de Medicina e Economia na Bahia e Rio de Janeiro. Porém, os alunos eram oriundos das famílias abastadas. Não houve a tão falada universalização do ensino, inclusive fazer universidade em Portugal. Lembrando que as escolas eram mantidas pelo Estado português. Não havia iniciativas particulares. No período republicano que se esperava um maior acesso escolas às classes populares, não ocorreu. Uma das heranças do período imperial brasileiro na Constituição Republicana de 1891 foi a manutenção da dualidade do sistema escolar: boas e poucas escolas para as elites e escolas de qualidade duvidosa para os demais. Esse panorama vai mudar a partir de 1920, com A Escola Nova de Anisio Teixeira. A Escola Nova, no Brasil, ficou marcada pela tentativa de tornar a educação mais inclusiva e adotar um modelo mais moderno de ensino, voltado para uma educação prática da vida, tendo como base as ideias do filósofo americano John Dewey. De acordo com o IBGE, a taxa de analfalbetismo na década de 1920, para pessoas a partir dos 15 anos, era de 65%. Este quadro só vai mudar  a partir dos anos 40 caindo para 40%. Apesar de um governo ditador, Vargas promoveu mudanças socializantes na educação tornando-a mais sistematizada. É incrível, mas a constituição de 1934 foi a primeira a constar em seu texto um capítulo inteiro sobre educação. Mas por ser um governo ditatorial a escola tinha um controle ideológico muito grande. Foi somente após o governo Vargas que a escola pode ser compreendida como direito de todos. Embora ainda era muito elitista, mas ainda era de poucos. As escolas secundárias tinham em 1940, 155 mil frequentadores, em 1950, este número subiu para 365 mil. Os alunos dos cursos profissionalizantes iniciados em Vargas, como Senai, também cresceram grandemente. Em 1961, temos a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Neste período cresce a frequência de mulheres no ensino público, caracterizou a conclusão do primário, fixado em oito anos, e passam a ser utilizados os termos 1º grau e 2º grau. O ensino era mais técnico em 1971, devido aos militares no poder, sendo que este caráter vai até 1982. Em 1996, houve uma mudança sensível  na formação nesta LDB, que caracterizada de Ensino Fundamental e Ensino Médio e a Educação infantil passa a ter bastante importância, fazendo parte da educação básica. O analfabetismo é ainda um dos entraves da nossa educação. Em 2017, de acordo com o PNL,  tínhamos 12 milhões de analfabetos no país. Na educação infantil, alcançamos 90% de matrículas, mas este número cai para 87,2. Isso torna o país excludente na educação. E ainda o ensino universitário está  longe de atingir a universalização, temos um problema sério de valorização do professor e do ensino ainda hoje. Espero que vocês tenham compreendido o  porquê de nossos avós não terem frequentado a universidade. Muitos mesmo conforme a pesquisa não frequentaram nem os primários ou completaram o secundário. Desigualdade educacional sempre acompanha a social. Isto é proposital numa sociedade elitista como a nossa!
Referências bibliográficas

História da Educação no Brasil. 2ª ed. São Paulo: Ática, 1986.
FAVERO, Maria De Lourdes de A. Universidade E Poder - Analise Critica. Autores Associados. Jan/2000.
RODRIGUES, Neidson. Lições do Príncipe e outras lições. 12ª ed. Petrópolis: Vozes, 1996.
ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da Educação no Brasil. 17ª ed. Petrópolis: Vozes, 1978.

Dias de vinho e rosas



(Inspiração sobre a canção Days of wine and roses, composta por Andy Williams)

Contemplando o por do sol no alpendre,
Ao fundo, suave melodia ouvindo,
E assim, a harmonia engendre,
O amor neste  dileto e apreciado vinho.

As rosas brotando nas floreiras,
Exalam inebriante perfume,
Tornam qualquer dia, domingueiras.
Iluminadas com florescente lume.

Nesse tempo de recolhimento social,
As pequenas coisas se tornam valiosas.
No horizonte há um vírus letal,
Um terrível "espinho de rosas"

Dias de vinhos e rosas, pra meu espanto,
Não foram os vividos em liberdade,
Mas sim nestes de isolamento,
Onde enxergamos o outro de verdade.

Esta guerra com um inimigo oculto,
Revelou todas as nossas fraquezas.
Nos deixou a alma em luto,
Fazendo-nos pagar nossas avarezas.

Ainda é possível proteger e amar
Mesmo num incerto mundo obscuro,
Uma vida nova devemos esperançar,
Eliminando todos nossos muros!

Onde encontrar a ternura,
Senão na  caridade de um olhar?
Onde encontrar a doçura?
Senão na capacidade de amar!

Se somente em nosso Eu nos centrarmos,
Estamos fadados a uma destruição,
Temos que corrigir nossos erros,
Fortalecendo a cada um e a cada irmão!
Por Zizi Palloni Somense - Abril/20

Edição: Andrea Tano Gianoni

Imagem: http://joaobarcelos.com.br
Com licença, vou à luta!

Mulher afeto, mulher intelecto,
Mulher, sonho concreto.
Mulher, desejo discreto.
Como não ficar inquieto?
Diante de ser tão dileto?
Tão secreto, tão completo!

Contorno acentuado e curvilíneo também,
toque acetinado, terna delicadeza,
Corpo por Deus esculpido.
Diz-se ‘da costela de Adão’,
Por complemento, nunca submissão!

Não percebes quão tu é especial?
Não percebes quão tu é essencial?
Valorize-se além do corpo, da aparência!
Não és tu somente mãe,
antes disso é mulher  que me merece
ser feliz plenamente em ti!

Sejas altaneira e guerreira,
Não aceites que te explorem,
Nem teu corpo, nem tua mente.
Lute pelos tuas conquistas,
Não as recebas gratuitamente!

Se for mãe que seja tua escolha,
Se for livre que seja por teu querer!
Não te emoldures para alguém.
Não aceite carinhos de esmola!

Seja feminina e feminista também,
Pois se hoje pode estudar,
Escolher seu jeito de vestir,
Ser uma operária ou médica.
Deves agradecer às gerações passadas!

Seja a voz daquelas que não podem,
Em tempos de iniquidades,
Nunca largues as mãos das pequenas,
Lute ao lado delas frente as mazelas!

Lute por seu lugar ao sol,
Assim iluminarás os teus,
Toda humanidade enfim,
Nas tempestades um grande farol!

Reflita-se diante do seu EU,
Apaixone-se perdidamente mil vezes,
É um direito inteiramente teu,
Não permitas jamais que te digam:

“Tu és meu objeto!”
“Tu és minha!”
“Tu és sexo frágil!”
  Tu não és nada disso!
  És tua somente tua!

Por Zizi Palloni Somense
Março/2020

Doce flautista

No aparente ,  
nada se enxergava. 
No inaparente, 
a visão se completava

Não enxerga tu 
minhas tristezas 
feito tecido cru?
Não enxerga tu
minha beleza?

O olhar é turvo.
E tu esbarraras em mim, 
meu coração é só murmúrio. 
Pois nada enxergas enfim. 

Meu barco ficou sem norte
e a solidão agora ronda.
Tu vês que desejo a morte?
Mesmo que tu me sondas? 

Perdeu-se naquela tarde.
Todo encanto, todo pranto, 
todo desejo, toda maldade, 
toda volúpia, todo encanto. 

Não vislumbro horizonte.
Na há lei da atração. 
Apenas desejo insolvente. 
Desses que ferem o coração. 

Vai barco traiçoeiro! 
Vai enfim desgovernado, 
para o grande desfiladeiro. 
O coração enlutado

Todo arrebentado. 
Todo estraçalhado. 
Todo encarcerado. 
Todo machucado. 

Envia socorro ó Deus, 
a esta humilde pessoa, 
que cansada, emudeceu. 
Emudecida segue sozinha 
para os braços de morfeu...
Por Zizi 

Carta do Adeus

Naquela tarde bucólica
...eu chorei! 
Senti todas misérias
do mundo em meu ser. 
O café esfriando na xícara, esfriava meu coração. 
O bolo feito no esmero definhava à espera de uma companhia e compaixão. 
O horizonte agora cinza, cegava sua visão. 
Ao longe os “pios” da tarde eram música para sua solitária percepção. 
O café esfriava e com ele, a sensação de vida. 
A fraca luz do ambiente já não aquecia sua alma. 
Ao longe avistou da janela 
uma luz  em sua direção! 
Uma luz fluorescente adentrou o ambiente
e seus pensamentos,
se tornaram dormentes.
Seu corpo ficara gélido. 
Sentiu as pálpebras pesadas. 
O coração trêmulo
em pulsações intermitentes, 
anunciava sua partida
deste mundo algoz.
Que sufocou de vez sua voz...
Por Zizi

Lamento

A tênue linha imaginária 
que lindamente os separavam
na verdade era o fio 
que os entrelaçavam
Viver ou morrer 
sem o conhecer
Era um sentimento
que doía por dentro.
Na confusão das almas
ela encontrava paz 
ao lado de fugaz rapaz
Tormenta de noites escuras
por um amor que lento jazia
em seu fraco coração.
E o amor e suas juras?
Sem luz sua alma esvazia
e o viver só lamúrias.
Seu jardim desertificado,
planta nenhuma florescia
Por que viver assim, Deus?
Retira a dor e o planto, 
anjos, deem acalanto. 
Não olhe a dor na alma,
apenas a beleza da tristeza 
não chore, se acalme. 
Deixe o destino virar a mesa...
Por Zizi Palloni Somense 







Sua cidade tem:  uma linda praça, um belo coreto e um chafariz iluminado. 
Como a praça é um espaço público, coletivo. Pertence à todos, que querem desfrutar desse espaço, sendo rico ou pobre. A praça é memória coletiva e dá identidade aos cidadãos. 
Aí chega um cidadão de bem e diz que o progresso precisa chegar, que precisa melhorar o nível dos frequentadores. Derruba árvores centenárias, o belo coreto de 1880, bancos confortáveis e o belo chafariz. O que sobra?
Cimento armado, bancos modernos, poucas árvores para “despoluir” o ambiente e os frequentadores continuam os mesmos, pois a praça é um ambiente de passeio e descontração, às vezes, o único quintal de alguém! Mas aí que reside a ignorância social dos que reformulam este espaço em nome do progresso, os poderosos eliminam tudo o que é do povo, que tem memória, que dá identidade! Não pensem que não é proposital, essa ideia de que venha o novo, camufla na verdade, uma ânsia de poder. Vamos eliminar aquilo que produziu uma memória coletiva a fim de criar uma nova onde somos os atores principais! É o nome do sujeito que fica eternizado no projeto de remodelação. As cidades interioranas ainda mantém suas praças à moda antiga! Já os grandes centros eliminaram esses espaços em nome do progresso, da modernidade! 
Quase não há hoje - com exceção dos shoppings -lugares para o flerte, nas décadas de 40/50, os jardins das cidades eram esses espaços! Minha mãe conheceu papai num “footing”, palavra inglesa que significa no Brasil, “(...)um passeio de ida e volta, em trecho curto, de rapazes e garotas para verem o sexo oposto ou iniciarem um namoro -, o corpus apresenta vários exemplos como este: “Ponto de encontro [os shopping centers] (como os antigos footings do interior) de paquera, de exibição, compra…” (Ignácio de Loyola Brandão, Leia, 1989). > 5, 6.1, 6.3, 7 e 12. Tempos sadios de olhares cruzados, mão na mão, beijos doces. A praça e seus bancos aconchegantes sempre foram espaços de identidade, é um elemento cultural importante na formação histórica dos moradores, ao invés de demoli-la, o certo é preserva-la e a história que ela registra. 

Conto do esquecimento

Estava ela em um grande salão, com lindos pilares em estilo rococó, pintados à ouro. Vestida lindamente em seda javanesa com pequenos brocados. Os cabelos eram sustentados por uma linda tiara de diamantes. Ela não tinha certeza de quem era, talvez uma dama, uma princesa, uma rainha? 
No centro de uma enorme sala adjacente ao grande salão, um homem ostentando um grande charuto, ria largamente com os demais senhores. Ele a observou ao longe, assim como ela também o observou. Seus olhares se cruzaram por uns instantes. Não o conhecia. 
O mestre de cerimônia anuncia uma valsa a fim de que os dançantes se organizassem. E sem par, ela sentou à mesa, bebendo uma taça de champanhe. Distraída na formação dos pares, não notou que galantemente o jovem da sala de charutos a tirava para dançar. Não saberia dançar sem pisar-lhe os pés e recusou o convite. Porém, o nobre senhor insistiu e ela resolveu aceitar timidamente. Com leveza e atenção ele a conduziu e ela sentiu-se voar em seus braços! Seu hálito almiscarado a estonteou e por instantes sua visão escureceu. Acordou nos braços daquele homem, que massageava suas mãos, assustado. Um médico no local sugeriu um passeio ao ar livre para aliviar a pressão. O cavalheiro conduziu-a aos jardins perfumados de damas da noite...a brisa leve, as mãos firmes em sua cintura daquele desconhecido, a acalmou completamente. Ela o conhecia de outra vida, pois seus olhos enxergavam além do aparente. Ela o amou desde o primeiro olhar. E acredito que o mesmo aconteceu com ele. 
Não houve apresentações formais e ali naquele jardim, ele tomou-lhe num beijo doce e terno. Ela sabia que encontrou sua alma gêmea. Estar ao lado dele era o que sua alma mais ansiava. Não conseguiram mais se separarem. A paixão foi imediata e no dia seguinte se casaram numa igrejinha, tendo Deus como testemunha.  Nunca mais se separaram. Mas ela tinha uma doença desconhecida - não tinha memória recente - e todo dia este homem com ela se casava para que ela nunca o esquecesse e soubesse que ele era seu consorte e que me amaria eternamente. 
Por Zizi Palloni Somense 


Eu sou aquela de blusinha preta e calça jeans délavé...uma menina mulher entre as meninas suas alunas, não me reconheci de imediato, pois aquela menina não existe mais! Cresci junto com meus alunos, colegas de profissão, colegas que viraram amigos, diretores, supervidores, de Bauru, Rio Claro e Piracicaba. Enfim, uma gama de profissionais da educação. Juntos tentamos fazer um mundo melhor! Acreditamos juntos e lutamos contra muitos revezes. Passaram se 27 anos e finalizo meu magistério. Renovar é preciso, novos projetos são necessários, precisamos sair de nossa zona de conforto. Agradeço aos alunos do início da carreira e os atuais por comemorarem junto comigo e deixar seu agradecimento. Cada um me conheceu numa etapa, e numa busca de conhecimento constante, nunca estive pronta, como não estou! Conhecimento novo se aprende a cada instante! Mas os últimos dias produziram uma retrospectiva histórica em minha mente, e posso afirmar com todas as letras, todos vocês me acrescentaram e me fizeram melhor! Em mim vai um pouco de vocês e em vocês vai um pouco de mim! Conhecimento é troca...participem mais, leiam mais, estudem mais, pesquisem mais...realizem seus projetos e sonhos! Assim saberei que a luta nunca foi em vão! Finalizo com uma frase que me diz muito ao coração, dita por Olga Benário, " Lutei pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo!
O que é o amor?!


Difícil saber a resposta. No entanto, há algumas considerações a se fazer sobre o assunto! Primeiramente a que se repensar a ideia que só se ama na adolescência. O amor chega a qualquer hora e em qualquer idade. O amor irrompe em toda idade, porque é sentimento, emoção e encantamento. Isso não depende mesmo de idade. Em segundo lugar há que se observar a diferença entre amor e paixão, ambos são parte de um mesmo processo. Em primeiro lugar inicia-se a paixão. E depois este sentimento arrebatador de emoções, pode dar lugar a um sentimento mais tranquilo, a que chamamos amor. A paixão e o amor na Idade Média eram vistos como uma doença que atacava o coração do homem , e em consequência, a mulher era vista como um ser demoníaco, deixando-o vulnerável e ao se apoderar da sua alma o inebriando e o adoecendo até a morte. Essa visão do amor e da paixão, era péssima e ainda desperta certos tabus em nossa vida. Não se vê com bons olhos a paixão ainda hoje. E muito menos quando ela acontece em uma idade madura. No entanto, essa visão do amor já é ultrapassada e a ciência já comprovou ser uma inverdade tal concepção. E como amor é sentimento, emoção, e bem distante da razão, é natural que ele aconteça em qualquer idade e se leva à morte ou não, que seja por amor!








Pudera ser noite densa 

Daquelas que nos exigem vagalumes

Acenderia minha estrela interna 

ou preferiria a aspereza dos sonhos?

Do amor não consigo sair imune

abro minhas entranhas e retiro com estranheza sua alma 

envolta em papel amassado por estes devaneios tolos!








Infância na Fazenda

Carrinho de caixas de fósforo
Bonecas de milho com seus cabelos ruivos e rosas
Pratinhos de caquinhos diversos
A prosa correndo na roda dos mais velhos

O paiol brincadeira favorita da molecada
Pular de saca em saca era a festa
Morcegos escondidos à espreita
Aranhas incomodadas achavam graça

O terreiro de café vazio lembrando os anos idos
Em que café era ouro na praça
Agora servia pra “quarar” roupas
Branquinhas ficavam nos varais coloridos

Os cavalos idosos que lá chegavam
Diziam lá ser sua ultima morada
Mortadela ou charque era seu destino
Nós sofríamos com esse desatino

Nas mangueiras centenárias subíamos depressa
Pulávamos de galho em galho atrás das saborosas:
Rosinhas, Bourbons, Manteigas e Espadas
Tinha à beça,  e nos gramados ficávamos todos lambuzados

Infância de grandes sonhos
De “bença”  pai, “bença” mãe
De juízo e respeito pelos “nonos”
Sabedoria de um mundo que não volta mais!

Zizi Palloni Somense






Poesias autorais


Estrela

Chuva fina, em minha mente
tens um som que acalanta
Os dias lindos vão ao longe
onde a alegria era uma constante
Fogão à lenha, chama crepitando
Aquecia o coração dos infantes
Mãe silente ao bebê embalando
Ela se jogou nos braços da morte
Voltaste anjo dormente
Envolta em fina flor
A maré da alma recuou
Sem entender a sua dor
No firmamento nasceu uma estrela
Brilho intenso feito promessa
As vezes brilha com a lembrança
da chama crepitando, da fina chuva
dos dias lindos e findos.
De acordo com um ditado africano, "Quando morre um homem é como se incendiasse uma biblioteca", oras vejam, a sabedoria deste ditado vindo de um continente esquecido, discriminado e explorado por tanto tempo no mundo. Os africanos não viveram na Europa medieval, onde bibliotecas grandiosas escondiam e afastavam o conhecimento das massas camponesas e ficando assim o saber preservado nas mãos de poucos: nobres e o clero católico. O tempo passou e hoje a humanidade, em pleno século 21 não entendeu tal ditado. Hoje a humanidade pouco aprende com a menina MALALA, a menina paquistanesa que lutou e quase morreu por tentar estudar, no seu país a mulher ainda não alcançou esses direitos, e deve ser subserviente ao homem. Seu pai, um PROFESSOR, não deseja um futuro de submissão à filha e sabe o valor do CONHECIMENTO. Mas veja no Brasil, um país onde o conhecimento é para todos, independente de sexo, etnia e religião. Será? No Brasil, temos o direito à educação, mas veja o que acontece no Estado de São Paulo e Brasil afora. A maioria devido as condições sócio-econômica não completam os estudos. São inúmeros os problemas que afetam sua cognição. O governo num populismo terrível, oferece bolsas a fim de que o educando vá adiante. Errado, sempre aprendi que não se deve dar o peixe e sim a vara para se aprender a pescar. A maioria vai a escola, não pelo conhecimento, mas pela bolsa. Inclusive ela esta ligada a sua assiduidade e não a sua aprendizagem. Como seus problemas são estruturais e históricos, o aluno não aprende, por falta de estímulo e por não ver grandeza no conhecimento, já que quer soluções práticas para sair de sua vida difícil. Quer consumir o que a sociedade oferece: um celular, um óculos, uma calça, e assim por diante. Ele não vê perspectiva na escola, e dá mais valor ao emprego do que ao estudo e o abandona. A situação em que sua família se encontra não permite que ele tenha sonhos e nem perspectiva de futuro. Ficam no meio do caminho. E por falta de estudo ficam também no subemprego, com subsalários. Alguns poucos conseguem fazer a ponte do conhecimento. São raros, conta-se numa sala de quarenta alunos, dois ou três no máximo. Esses possuem geralmente uma moral religiosa ou seus pais tem bons empregos, com salários pouco maiores. Sabem eles que o caminho é adquirir conhecimentos e não passar de ano. Terminam o Ensino Médio, e pouquíssimos chegam à Universidade. E ainda assim raros, conseguem estudar numa pública, não paga. Estes apesar do meio social carente, valorizaram o CONHECIMENTO e perceberam o seu potencial de TRANSFORMAÇÃO. Na vida de todos, o PROFESSOR foi essencial. E se você leu até aqui num FACEBOOK, é porque esta acima da média e é um ser aprendente, o que falta em nossa sociedade enfim. Você faz parte da minoria, mas sabemos que minorias não fazem transformações sociais, é preciso lutar para que elas atinjam todos: essa é a função do PROFESSOR!

Professora Zilda Palloni Somense.


*imagem do blog professor Adão Máximo Trindade
Como esta a Educação no Brasil


Observe a minha alegria e orgulho nesta foto.


Observe atentamente meus olhos marejados de emoção!

Ela é da minha formatura em Pedagogia no ano de 2001

que eu fiz com inúmeras dificuldades, inclusive a gravidez

de meu filho mais novo, no percurso!

Fiz esta faculdade pela convicção de que o caminho que eu 

sempre devia ter trilhado era este mesmo, o da educação! E

apesar de 24 anos de magistério,  ainda acredito era este 

mesmo o caminho a ser trilhado.

Apesar de ouvir dizer constantemente de que quem não 

está feliz na Educação, que saia dela. 

Como posso jogar fora uma profissão maravilhosa, que 

escolhi, mesmo sabendo sobre o baixo salário e as 

péssimas condições estruturais do Estado, esmagador 

Estado!

Porém, eu não escolhi uma escola que é vista como

empresa, que tem que dar lucros no final do ano, 

entendendo como lucro, o aluno passar meramente de ano,

independente se tenha aprendido ou não, também não me

sinto responsável por um aluno não alcançar sucesso na

escola, pois não sou psico-pedagoga, psicóloga, 

fonoaudióloga,psiquiatra, entre outras profissões 

necessárias na escola,a fim de resgatar um aluno e 

restaurar situações familiares dramáticas que 

incindem claramente na sua aprendizagem, um aluno 

que esta exposto a violência, carência afetiva, ou seja, 

uma desestruturação familiar, social e 

econômica. 

Eu não sou super heroína,  ao contrário  sou humana e não

acredito que  estamos humanizando e transformando o 

educando num ser autônomo.

 Estamos sim, apenas 

perpetuando uma a exclusão social, latente no país, desde 

os tempos coloniais.

Em nosso trabalho diário, nós professores ainda tentamos

 resgatar, salvar, 

melhorar, amar,

lutar, conscientizar o educando, pois acredito nas

mudanças sociais que venham da participação da maioria 

do social. Mas estou farta de ouvir que se não estou 

satisfeita, devo sair da 

Educação, eu não desejo sair, quero uma educação melhor 

e mais respeitosa com o direito de aprender do aluno e o

meu dever de ensinar a fim de que 

 ele saia da mediocridade a que esta exposto nesta 

sociedade competitiva, mas que não dá aos atores sociais as

 mesmas oportunidades de condição!