Quando ainda não havia internet...

Há um tempo não muito distante, lá pelos idos da década de 70, não havia internet para as horas de lazer, o que tínhamos a fazer de bom, era ler, e ler muito. Líamos de tudo,  de dicionário à bula de remédio! Dependia da idade lógico,  dos 7 anos aos 12, a influência maior era dos gibis, que maravilha! O almanacão de férias da turma da Mônica era o mais esperado. E durante o ano, todos os gibis da Magali, Mônica, Cascão, Chico Bento, Cebolinha, Tio Patinhas, Donald, Zé Carioca...Quanta aventura: de caça a tesouros à aventuras espaciais...o vocabulário aumentava e na escola, o resultado eram boas redações e muita criatividade! Após aos 14 anos, leituras mais juvenis como A Ilha do Tesouro, O Escaravelho do Diabo, O Mistério do Cinco Estrelas, Maldição do Tesouro do Faraó, toda enciclopédia Atlas ( rs...rs! ) entre outros. Passada esta fase, líamos os clássicos da Literatura brasileira, como: Dom Casmurro, Helena, A mão e a luva, Brás Cubas, Macunaíma,Sargento de Milícias, Grande Sertão Veredas. Claro não poderíamos de deixar de ler, As obras de Ágatha Christie, O Pequeno Príncipe! Terminada esta fase, entramos na vida adulta com outras leituras, como: as obras instigantes de Rubem Fonseca, A insustentável Leveza do Ser,  Admirável Mundo Novo, Laranja Mecânica, Madame Bovary, Anna Karenina, Hamlet,  a literatura "Shakespeareana" :  com Rei Lear, Otelo, Romeu e Julieta,  A Cor Púrpura,Lord Jim, O nome da Rosa, O mundo de Sofia, Brumas de Avalon, Memorial do Convento,  ufa! Percebem a diferença da geração da década de 70/80 e a de hoje??? Líamos e muito, ler era um hábito cheio de deleites! Hoje em dia, as crianças não lêem mais e quando o fazem não é por prazer, mas dever escolar ( quando a escola impõe). Que mundo  têm se descortinado à nossa juventude? Quantas realidades diferenciadas para relacionarmos à nossa! Hoje o jovem passa horas na frente do computador jogando wordcraft, Diablo, Tíbia, Cs, Dissidia,  entre outros. Nossos jovens não lêem mais. Ler para eles virou atividade enfadonha, um fardo! A sociedade imagética atual, de informações efêmeras,  nada analíticas, não promovem o pensar, a reflexão. Executamos tarefas diárias sem refletí-las. Viramos meros robôs executores de tarefas! Estamos então, prontos para viver  no mundo digital! Um mundo que produziu  uma grande revolução tecnológica, que  produz e consome esta tecnologia numa velocidade espantosa...Porém,  os atores desta produção tecnológica,  com certeza foi a geração dos anos 60/70/80 que lia muito e produzia pensamentos autônomos. E o jovem de hoje que pouco lê, como irá se apropriar de  conhecimentos da geração anterior e criar novos conceitos e procedimentos?  Será que interagir com coisas prontas e acabadas possibilitarão uma nova construção de conhecimento e novas descobertas,  necessárias para a continuidade de nossa vida no planeta?





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