Como é difícil chegar ao nível universitário!









Hoje quero discutir a respeito de 13 jovens, todos na faixa etária de 17/18 anos. Terminaram o Ensino Médio na escola que leciono – E.E.Parque Santa Edwirges. Porque contarei-lhes  esta história? Estes alunos se destacaram na escola desde a 5ª Série do Ensino Fundamental, pois não trabalhamos com alunos do 1º Ciclo. Quando chegaram à nossa escola, apresentavam uma visão de mundo muito pequena, não tinham clareza e nem consciência do mundo a sua volta. Aprenderam as fórmulas matemáticas, químicas, Teoremas, Visões historiográficas, sobre  o Espaço geográfico, leis físicas, interpretação de textos, entre outros ensinamentos. E no final, temos apenas 13 vitoriosos, eram 120! O leitor deve estar pensando, é um número baixo! E concordo, poderia ser maior. No entanto, o percurso desses poucos está entrecortado por situações-problemas adversas. Situações essas que nascem de uma sociedade conturbada de crises de valores, de uma sociedade midiática, onde a informação é efêmera, o espaço de sala de aula para uma reflexão e interação é pouco influente, se compararmos aos diversos concorrentes, como a TV, o computador, as Festas, a Igreja, o celular, os amigos, o MP3, 4, 5...12!  Mesmo utilizando estas mídias, é muito mais favorável o lazer! Esses alunos que passam por nós, precisam querer fazer a diferença, senão ficam no entorno e não conseguem seguir adiante, rumo à universidade. Esses 13 alunos conseguiram alçar novos vôos, mas a maioria fica presa a uma pequena qualificação no mercado, que exige apenas Ensino Médio. Muitos por imaturidade, outros por problemas sócio-econômicos, não conseguem completar o 3º Ciclo de seus estudos e como resultante acabam se inserindo no mercado de trabalho com pouca qualificação e com baixo piso salarial. Se um professor, que cursando a universidade possui hoje um salário aviltante, outras profissões pouco qualificadas recebem salário e condição de trabalho com menos dignidade no Brasil. O aluno da escola publica hoje, possui um perfil geral de pouco interesse  aos estudos, são poucos os que se destacam no quesito interesse pelo estudo além da aula. A maioria dos alunos se contenta com notas mínimas e nunca buscam o máximo de seus esforços. Quero destacar um dentre os 13, um,  que tendo estudado toda sua vida escolar na escola pública, conseguiu ingressar no Curso de Engenharia Elétrica da UNESP Bauru , como este aluno conseguiu tão bom aproveitamento do banco escolar na escola publica? Os professores estão lá para ministrarem suas aulas e assim o fazem. Inclusive apoiam os que demonstram maior interesse. Mas nem todos absorveram o mesmo ensinamento pelo quadro adverso citado acima. Por que apenas 01 de 13 está na universidade pública? Por que os demais não chegaram também? Por que estão na escola privada pagando mensalidades expensivas, diante do padrão financeiro de suas famílias ( lembrando que muitos conseguiram aproveitar as boas notas do ENEM e pleitearam bolsas de estudo). Mas para obter sucesso adentrando numa universidade pública, em minha visão, existem apenas duas respostas, são elas: interesse e comprometimento com seu estudo nesses nove anos de formação, e a família apoiando seus avanços nesse processo. Este perfil de aluno é cuidadoso com seus materiais, se aplica às aulas, faz atividades extraclasses e estudam além das aulas. Esses são os ingredientes necessários para um futuro melhor, ingredientes que observei nesses 21 anos de carreira no magistério. Então fica aqui, os Parabéns para estes 13 perseverantes da escola pública! 

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