WiKileaks: algo novo no ar??

Analisando o panorama do cenário internacional, não fiquei admirada pelo vazamento de informações secretas feito pelo site wikileaks. Por quais razões?  É impossível admirar-se, pois os Estados Unidos da América sempre foram interventores na política internacional.
Desde sua independência em 1776, o governo do Tio Sam sempre buscou orientar a política dos demais países, principalmente nós os “cucarachas” da sofrida América Latina. Os Estados Unidos após independência idealizam um documento chamado “Destino Manifesto”, formulado pela primeira vez por John L. O´Sullivan, em 1839 e segundo o qual, os Estados Unidos seriam destinados a realizar os melhores feitos, manifestando à humanidade a excelência dos princípios divinos, tornando-se a nação da liberdade individual, do progresso e da emancipação universal. Dessa forma, expandem-se pelo Oeste americano, levando esta ‘liberdade’ aos Sioux e tantos outros povos indígenas, dizimando-os em nome desta liberdade.
Após a expansão em seu espaço territorial os USA voltam-se aos seus vizinhos, ajudando-lhes na libertação de suas metrópoles européias com a Doutrina Monroe, pensada por James Monroe, presidente americano lá pelos idos de 1817. Esta doutrina, afirma que os USA iriam intervir sempre em favor da liberdade dos países americanos em sua luta de liberdade contra as nações européias, com o lema “A América para os americanos”. Esqueceram, porém de dizer que se tratava dos americanos do Norte, pois o que se assiste na história a partir de então, foi uma série de intervenções no continente americano, como exemplo cito o caso do México que sofreu enormes perdas territoriais para os norte-americanos que na Guerra da Anexação, a partir de 1846, acabou desencadeando a ocupação do Texas. Estas intervenções passavam longe de ser uma luta pela liberdade dos países em questão, como foi o caso da construção da ferrovia transcontinental no canal do Panamá - a Panamá Railway. Seria mesmo com a intenção de “Internacionalizar” o canal ou servir aos seus propósitos econômicos? 
E a partir do estabelecimento da Política do Big Stick em 1901, do presidente Theodore Roosevelt, os USA continuou intervindo em vários países da América Central, a ideia consistia em “Speak softly and carry a big stick (Fale com suavidade e tenha na mão um grande porrete). Assim, os Estados Unidos estariam sempre prontos a defender com seu “grande porrete”, questões onde houvesse falta de liberdade e o risco dos países não construírem uma economia de mercado nos moldes capitalista. Assim, intervém no Panamá, Haiti, Honduras, Cuba... Não faltam exemplos enfim.
Porém, na década de 50, a luta pela liberdade, se crítica com a Guerra Fria. Nas intervenções desta época estava à luta pela continuidade do país no capitalismo ou não, bem como dos demais parceiros comerciais. O mundo assiste a Guerra Fria, uma guerra ideológica entre capitalismo e socialismo, na qual as intervenções americanas se fizeram notar desde seu espaço com o Macarthismo – um movimento de caça às bruxas ‘socialistas’ e segue depois pelo mundo, influenciando guerras muito quentes como a do Vietnã, por exemplo. Portanto, fico aqui pensando, não é de hoje que os USA tramam os fios da política mundial, que os americanos intervêm no mundo em nome da liberdade. Basta saber, se os países terão direito a sua soberania e escolher sua ação política com real liberdade.
O site wikileaks apenas desnuda o pensamento norte americano a respeito do mundo, pensamento que já sabíamos por simples dedução.  Concordo com o jornalista Zarcillo Barbosa em texto no Jornal da Cidade de Bauru, que este vazamento é um grande achado histórico graças a uma nada ética investigação jornalística. E me pergunto: até quando o império do Tio Sam resistirá? Lembremos que muitos outros impérios desmoronaram historicamente diante de tal política opressiva e hegemônica no mundo. 

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